A ONU e a homofobia

Em abril deste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou uma cartilha (brochura) com vários dados e falas (retiradas de relatórios) sobre a situação dos direitos da população LGBT ao redor do planeta. O material foi produzido no âmbito do Escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, que hoje é chefiado pela sul-africana Navanethem Pillay. Há poucos dias, ela fez fez um vídeo em que fala sobre o aumento dos crimes contra a população LGBT em várias partes do mundo (ela cita, nominalmente, Nova Iorque, Brasil, Honduras e África do Sul). Aqui você pode tanto assistir ao vídeo quanto ler seu discurso.

Este slideshow necessita de JavaScript.

No Brasil, a cartilha chegou para ser traduzida pelo Comitê do Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia (IDAHO), que reúne as diversas iniciativas internacionais em torno do dia 17 de maio, data que marca a retirada da homossexualidade – em 1990 – da lista de transtornos que a OMS publica de tempos em tempos na sua Classificação Internacional de Doenças (CID). Numa parceira da ABGLT com o Comitê IDAHO aqui do Brasil, a cartilha foi traduzida. Tive o prazer de colaborar fazendo a tradução do documento para posterior revisão de outros colegas. No slideshow acima, é possível ver os dois lados da brochura. Neste outro post, você pode acessar o próprio PDF traduzido (a resolução é melhor), clicando na imagem que há no meio do texto.

Considerando-se que a penetração desse tema dentro da ONU é sempre muito delicada – não raro, vários países africanos e do Oriente Médio conseguem vetar discussões e resoluções sobre a temática nas Nações Unidas -, é importante que esse material tenha sido produzido e que contenha bastantes dados e manifestações de relatores especiais da ONU. É um primeiro passo para que a comunidade LGBT seja efetivamente relevante dentro do campo dos direitos humanos em âmbito internacional.