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Política festiva: o dilema da Parada LGBT


Publicado originalmente na revista o Viés.

Multidão na Parada LGBT de São Paulo: a massificação do "orgulho gay". Foto: Fernanda Monteiro

Todo ano tem Parada do Orgulho LGBT no Brasil. Se em meados dos anos noventa, elas eram uma ou duas (a começar no Rio de Janeiro e em São Paulo), hoje elas são quase 200 espalhadas pelas capitais e pelo interior do país. O fenômeno das Paradas LGBT no Brasil é dos mais interessantes porque concentra algumas peculiaridades: a tradição das Pride Parades vem dos Estados Unidos, a partir de 1969 com a famosa revolta de Stonewall em Nova Iorque, na esteira das passeatas por direitos civis da década de cinquenta. De lá, elas espalharam-se pelo mundo todo desde então. Aqui, entretanto, só se estabeleceram durante a retomada do movimento LGBT brasileiro – naquilo que se chama de “terceira onda”, pós-refluxo e reestruturação dos anos oitenta no contexto da Aids – na década de noventa, portanto, quase trinta anos depois de Stonewall.

Entretanto, hoje o Brasil é o país em que mais ocorrem Paradas. Já em 2002, a Parada de São Paulo figurava entre as maiores do mundo, com mais de 500 mil pessoas. No ano seguinte, 2003, atinge quase 1 milhão e figura entre as três maiores do planeta, junto com a de São Francisco (EUA) e a de Toronto (Canadá). Já consagrada a maior do mundo, a última, ocorrida em 26 de junho deste ano, trouxe números que variaram entre 3,5 e 4 milhões de participantes. A do Rio de Janeiro, na sua 16ª edição, ocorrida no domingo passado, levou 1,5 milhão de pessoas à orla de Copacabana.

E assim como todo ano tem Parada no Brasil, todo ano persistentes discussões sobre “festa”, “política” e “carnaval” também voltam à baila. Leia o resto deste post